– Faaala Viajantes! Escrever um blog de viagem é, muitas vezes, muito mais do que apenas relatar destinos e roteiros, serve como um exercício constante de escuta interior, de observação do mundo e de tentativa de traduzir experiências vividas em palavras que toquem outras pessoas, quando comecei este projeto, imaginava que escrever seria algo mais fluido, quase automático, como um diário de bordo, no entanto, logo percebi que o processo de escrita exige não só técnica, mas também disciplina, profundidade e, principalmente, tempo.
Percebi que me expresso de um jeito muito confortável quando escrevo e que em diversas situações da vida, a escrita foi uma verdadeira terapia! Lembro-me bem que na escola eu não conversava com os colegas e fazia questão de ficar com a parte escrita para não apresentar…
Existe um desafio invisível entre viver a viagem e conseguir parar para escrevê-la. O cotidiano da estrada, com os seus deslocamentos, a logística, o cansaço e até os imprevistos interferem diretamente na rotina criativa, muitas vezes, as ideias surgem durante uma trilha, enquanto observo o mar, ou em uma conversa com um morador local, mas nem sempre consigo sentar imediatamente para registrar tudo, então, o processo de escrita se torna um grande quebra-cabeça: anoto pensamentos soltos em cadernos, gravo áudios no celular, tiro fotos que servirão de referência e, só depois, reúno tudo para tentar formar um texto com começo, meio e fim. Outro ponto importante nesse processo é lidar com a autocrítica, nem todo texto sai como eu gostaria, às vezes, releio e sinto que falta emoção ou que a narrativa ficou técnica demais, em outras ocasiões, sinto que me expus demais ou que deixei de falar algo essencial, aprender a equilibrar autenticidade e estratégia editorial tem sido parte fundamental dessa jornada, é preciso escrever com verdade, mas também com clareza, com um olhar que seja útil para quem lê.
Além disso, escrever sobre viagens também envolve pesquisa e não basta apenas contar o que vivi, muitas vezes, preciso checar informações históricas, entender contextos culturais, aprender sobre hábitos locais, tudo isso enriquece o conteúdo e dá mais responsabilidade ao que compartilho e o blog deixa de ser apenas pessoal e passa a ser uma fonte de informação para outras pessoas que sonham ou planejam conhecer os mesmos lugares, o processo de escrita, portanto, é um reflexo do próprio ato de viajar: é feito de descobertas, dúvidas, revisões e, principalmente, de aprendizado constante e talvez esse seja o maior presente de escrever sobre viagens — perceber que cada texto é um registro vivo de uma transformação, tanto do mundo quanto de mim mesma.
💬 #RôProMundo – Acho importante atividades físicas e leituras matinais; e como uma boa defensora do slow living, travel and food não poderia deixar passar essa nova fase, sem expressar o que penso, estou num processo de organização dos conteúdos que por sinal, são o meu trabalho! Mesmo com o imediatismo das redes sociais, tem existido um movimento contrário voltando, (principalmente dos “jovens” da minha geração) o gosto pela leitura tem retomado! Acredito que, na verdade, sentimos a necessidade de dias mais calmos, uma rotina tranquila, com uma melhor qualidade de vida e ao ar livre!