– Faaala Viajantes! Hoje começou com aquela sensação estranha de viver tudo em silêncio, porque o mundo lá fora parece suspenso e, ainda assim, dentro de casa, minhas telas, tintas e cadernos seguem pedindo espaço para existir. Enquanto preparo o ambiente para mais um dia de aulas, percebo que o isolamento, embora desafiador, tem fortalecido minha relação com a arte, já que ela se tornou meu principal instrumento para entender este período e também para me reconectar comigo mesma. E assim, entre conexões instáveis e inspirações repentinas, sigo encontrando formas de transformar esse momento em algo que expanda possibilidades.
Ao longo da manhã, enquanto orientava os alunos nas atividades virtuais, notei como a própria dinâmica das aulas tem me ensinado a desacelerar e a observar nuances que antes passavam rápido demais. O isolamento forçou uma mudança no ritmo do dia, e com isso vieram reflexões sobre o que realmente importa no meu processo criativo, porque percebo que criar no silêncio traz uma profundidade diferente às técnicas que ensino. Dessa forma, começo a compreender que, mesmo sem viagens externas, estou vivendo uma jornada interna tão intensa quanto qualquer roteiro no mapa.
Mais tarde, ao abrir meus antigos cadernos de viagem para revisar alguns textos do blog, senti que as memórias têm ganhado outros significados nesse contexto de pausa global. As ruas vazias nas notícias contrastam com as lembranças cheias de vida que reencontro em relatos de mercados, museus e paisagens que já explorei, e isso me faz perceber como a escrita de viagem, mesmo sem deslocamento, continua sendo uma forma de movimentar a mente. Assim, comecei a adaptar essas experiências para novos conteúdos, ressignificando meu trabalho como travel writer.
Enquanto organizo meu cronograma de aulas e conteúdos, percebo também que o isolamento tem revelado novos caminhos profissionais que antes eu nem cogitava, porque a necessidade de adaptar formatos e métodos tem ampliado meu olhar sobre ensino, criatividade e produção digital. Entre podcasts, vídeos, workshops remotos e séries de artigos, começo a enxergar um universo de possibilidades que talvez não surgissem se tudo estivesse seguindo o fluxo normal. E essa percepção traz uma mistura de medo e entusiasmo, que me faz avançar.
💬 #RôProMundo – Agora, ao encerrar o dia com a mesa ainda bagunçada de pincéis e rascunhos, sinto que essa fase tem sido uma oportunidade involuntária, porém valiosa, para aprofundar meu trabalho e entender como a arte e a escrita podem se reinventar mesmo em meio ao caos. E enquanto desligo a tela e deixo a luz mais baixa no quarto, reconheço que esse período tem sido um divisor de águas, porque me aproxima ainda mais da essência do que escolhi fazer.











