– Faaala Viajantes! Hoje sinto a estranha sensação de estar presa entre o desejo de estrada e a obrigação de ficar em casa, porque a pandemia transformou de repente o mundo que eu conhecia, e cada movimento que eu planejava agora precisa ser mediado pela tela do computador. Enquanto ajusto meu espaço de trabalho, reorganizo cadernos de viagem e preparo materiais para as aulas online, percebo que a liberdade de ir e vir foi substituída por uma liberdade diferente, que depende da minha capacidade de adaptação e da criatividade para continuar produzindo conteúdo relevante, mesmo sem sair do apartamento.
Durante a manhã, revisito fotografias e anotações de lugares que visitei nos últimos meses, tentando resgatar o frescor das experiências e transportá-lo para textos que façam sentido no contexto atual. Cada memória se torna uma ferramenta, porque escrever sobre viagens suspensas exige mais do que relatar lugares; exige transmitir sensações, emoções e aprendizados que ainda podem tocar os leitores, mesmo à distância. E é nesse processo que descubro que a estrada continua viva dentro de mim, mesmo que fisicamente eu esteja limitada ao espaço do meu home office.
Enquanto ministro aulas de arte, percebo como cada aluno também sente a ausência do movimento e do contato social, e como minha função vai além de ensinar técnicas: é preciso criar presença, motivação e estímulo através de um ambiente digital, porque a arte se torna um refúgio tanto para eles quanto para mim. Explicações sobre perspectiva, luz e sombra agora vêm acompanhadas de cuidado emocional, porque entendo que, nesse momento, cada gesto e palavra são amplificados e carregam significados adicionais que antes passariam despercebidos.
No intervalo entre aulas e edição de textos, reorganizo o planejamento editorial do blog, pensando em formas de conectar turismo, cultura e experiências sensoriais sem sair de casa. Ao estudar tendências, analisar cases de outros criadores e reescrever textos antigos, percebo que é possível transformar o impacto da quarentena em oportunidades de aprendizado, inovação e engajamento, porque a criatividade não precisa de fronteiras físicas para se manifestar. Cada rascunho se torna uma ponte entre a estrada que sinto falta e a realidade que preciso abraçar.
💬 #RôProMundo – Ao encerrar o dia, reflito sobre como a pandemia trouxe desafios inéditos, mas também novos caminhos para meu trabalho como professora de artes e travel writer. E enquanto organizo materiais para amanhã e reviso textos para publicação, sinto que estou aprendendo a transformar a sensação de perda de liberdade em combustível para a criação, mantendo viva a essência do que é explorar, ensinar e inspirar, mesmo dentro de casa.











