– Faaala Viajantes! Você não vai encontrar seus nomes em guias tradicionais ou em resenhas comuns, ainda assim, suas criações circulam por grupos de WhatsApp, stories privados e ganham reconhecimento entre a comunidade gastronômica paulistana, são cozinheiros que trabalham majoritariamente via delivery, em cozinhas compartilhadas, com menus secretos e listas de espera que chegam a semanas. Eles são os novos chefs fantasma da cidade — protagonistas de uma cena underground em São Paulo, que cresce a cada dia.
Um exemplo é Rodrigo Oliveira, chef do renomado Mocotó, que durante a pandemia lançou o Mocotó Delivery — uma cozinha fantasma que levou a culinária nordestina para dentro das casas paulistanas, adaptando receitas tradicionais para o formato delivery e conquistando paladares. Seu projeto inspirou uma nova geração de chefs a experimentar o modelo sem perder sua identidade regional.
Mais intimista, a chef Andrea Kaufmann comanda a AK Deli uma delicatessen artesanal que combina técnica e afeto em cada preparo, atua sob encomenda e oferece uma curadoria de pratos autorais — de massas frescas e molhos especiais a saladas, doces e assados com inspiração mediterrânea e brasileira com foco em ingredientes de qualidade, sazonalidade e experiências afetivas, Andrea conquistou um público fiel que busca exclusividade e sabor no dia a dia, sem abrir mão da sofisticação e do cuidado nos detalhes.
O crescimento das ghost kitchens em São Paulo acompanha um fenômeno global — e no Brasil o aumento foi de 80% entre 2020 e 2022, segundo relatório da Euromonitor International. Para esses chefs, o formato não é apenas uma alternativa econômica: é um espaço de criatividade, experimentação e crítica ao elitismo da gastronomia tradicional.
💬 #RôProMundo – O movimento cresce. E talvez seja justamente essa inovação que garanta seu frescor, porque, no fundo, a cozinha fantasma não é só um negócio, é uma linguagem, uma crítica silenciosa ao elitismo da gastronomia, e uma ode à criatividade que nasce longe dos holofotes — mas não do fogo.